Esse assunto posso falar com bastante propriedade. Na terceira semana que minha filha nasceu, não entendia o porquê de tanto choro. Aparentemente não havia nada de errado e todas as suas necessidades básicas como limpeza e comida já estavam supridas, fiquei pensando que poderia ser cólica porque ela chorava tanto que suas pequenas mãozinhas por vezes apertavam meu braço ou até mesmo estendia as mãos em direção ao meu rosto. Por mais que fale aqui, jamais poderei relatar o tamanho da minha aflição por ver minha pequena naquele estágio.
Nesse mesmo período percebi que voltava bastante leite da boquinha dela, não era um simples gorfo. Como mãe de primeira viagem, fiquei muito preocupada e fui várias vezes em hospitais e até mesmo na pediatra, e toda vez escutava a mesma coisa “mãe criança é assim mesmo, eles choram, você precisa ter paciência”. Cada vez que escutava isso ficava indignada, eu não estava exagerando, era a realidade que estava vivendo, todos os dias numa determinada hora da tarde minha bebê chorava em torno de 3 horas sem parar, nada acalentava.
E enfim, depois de tantas idas e vindas ao pediatra, minha pequena regurgitou no consultório médico e a partir daí a médica diagnosticou o refluxo. Pediu para que retirasse tudo de gordura, leite, frituras e tudo que pudesse afeta-la através do leite materno, fizemos todas as tentativas e nada de melhora.
Apesar da mudança que um bebê traz consigo ao nascer, nunca imaginei que passaria por esses momentos tão desesperadores ao ponto de ligar para médica da minha filha e dizer: “escute ela chorar, porque eu não aguento mais. Estou desesperada e não sei o que fazer e preciso que você que é médica me diga o que fazer”. Até então não havia prescrito nenhuma medição e foi nesse momento que receitou o primeiro medicamento. A minha esperança era que a medicação pudesse dar a ela menos desconforto, mas além de ter o gosto muito ruim, parecia não fazer efeito. Chegou no ponto que tomava três remédios diferentes e não se tinha resultado muito positivo. Sofremos com o refluxo durante o primeiro ano de vida dela.
Dois anos se passaram, estava entrevistando a Fisioterapeuta Daniela Jamir, especialista em Osteopatia Pediátrica, buscando entender mais sobre a fisiologia do bebê para melhorar o trabalho e amenizar riscos na fotografia com recém-nascidos (newborn) e acabamos chegando no assunto sobre o refluxo.
Gostaria muito de ter descoberto esse tratamento antes, mas infelizmente não existe muito interesse médico em divulgar. Por esse motivo decidi compartilhar com vocês esse momento e dizer que existe uma luz no fim do túnel.
A boa notícia é que existe tratamento com esses profissionais que melhoram a qualidade de vida do bebê, sem precisar de medicação e de passar por todo esse processo que passei, em alguns casos o refluxo são zerados na terceira sessão.